Na “Entrevista da 2ª” concedida a colunista Monica Bergamo e veiculada pela Folha de São Paulo desta segunda-feira(30), o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, voltou a defender a legalização do jogo no Brasil e ainda comentou que “há uma hipocrisia histórica no Brasil”.
Na entrevista, Cabral defendeu a descriminalização das drogas, do aborto, as cotas raciais, o casamento gay e a liberação do jogo no Brasil.
Em determinado momento da entrevista, a jornalista abordou a questão do aborto durante a campanha eleitoral e perguntou ao governador do Rio a opinião dele sobre o tema, Cabral espontaneamente citou a questão do jogo como exemplo e defendeu a legalização a exemplo dos principais países do mundo civilizado.
O Blog reproduz abaixo o trecho da excelente entrevista que Sérgio Cabral fala sobre a legalização do jogo.
Qual é a sua posição [sobre o aborto]?
Será que o italiano, o francês, o inglês, o alemão, o americano, o canadense [de países em que o aborto não é crime] gostam menos da vida do que nós? Aqui nós proibimos. E um milhão de mulheres tentam a cada ano interromper a sua gravidez; 200 mil voltam ao serviço público de saúde com consequências danosas ao seu organismo. São temas que precisam ser debatidos. A questão do jogo é outro exemplo.
Defende que seja liberado?
No Uruguai, no Paraguai, na Argentina, em Cuba, Panamá, Equador, Colômbia, México, EUA, Canadá, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, China, Japão tem jogo. E no Brasil. Só que aqui é ilegal! E o que tem de brasileiro entrando em navios [onde o jogo é permitido] para jogar! Ah, serve para esquentar dinheiro? Ué! Monta um esquema de controle com a Receita. Não jogo, não fumo maconha, sou heterossexual. Mas milhões vivem problemas que a sociedade formalmente não reconhece. Há uma hipocrisia histórica no Brasil.