O Globo usa nesta segunda-feira (22) a fórmula repetida em 12 oportunidades nos últimos dois anos: toda vez que o jornal carioca veicula artigo favorável a legalização dos jogos, como a balizada e excelente opinião manifestada em ‘A roleta da Segurança’ pelo coronel reformado da PM de São Paulo e ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho, a publicação do Grupo Globo veicula editorial com informações equivocadas e distorcidas.
O jornal, que tem linha contrária a legalização dos jogos, registra em ‘Demagogia pura’ que a legalização do jogo seria um contrassenso “combater a violência com uma atividade que sabidamente gera mais violência”. O ignorante editorialista não entende que a violência é exatamente pelo fato de estar na clandestinidade. O jornal também distorce os fatos ao afirmar que a legalização seria usada para lavagem de dinheiro, quando na verdade seria ao contrário. É sabido que não existe experiência de sucesso em nenhum país do mundo, do ponto de vista social, econômico e da segurança pública, entre aqueles que optaram pela proibição do jogo ou simples afastamento do Estado no controle desta atividade.
‘Dona Santinha’ do jornalismo
Pela décima segunda vez nos últimos dois anos, O Globo veicula editorial contrário a legalização dos jogos no país: ‘Um alto preço’ (04.01.2016), ‘Ajuste não pode justificar a legalização do jogo’ (24.02.2016), ‘Aposta temerária’ (07.03.2016), ‘Ideia danosa’ (13.06.2016), ‘Legalizar o jogo é inadequado e eticamente condenável’ (05.07.2016), ‘Liberar o jogo tem custo social e criminal’ (22.07.2016), ‘Ganhos enganosos’ (22.08.2016), ‘É crucial manter o alerta contra o lobby do jogo’ (28.10.2016), ‘Aposta no prejuízo‘ (28.02.2017), ‘Urca nunca mais’ (04.09.2017), ‘Legalização de jogos é aposta demagógica’ (09.11.2017) e ‘Demagogia pura’ (22.01.2018).
Em todas as oportunidades, a ‘Dona Santinha’ do jornalismo repete os mesmos frágeis argumentos, além de uma visão míope sobre o jogo legalizado.
Nunca é demais lembrar
A ‘Dona Santinha’ do jornalismo beira o ridículo ao insistir em manter o jogo na ilegalidade, mas os atores políticos e sociais já perceberam que a cortina de fumaça ‘pela moral e bons costumes’ do O Globo na verdade existe um argumento econômico.
Em tempo: Na verdade, O Globo é que tem feito demagogia com na arte de conduzir o povo a uma falsa situação para obter um benefício ou compensação. Todos sabemos que o pior dos quadros é a clandestinidade, que alimenta os crimes paralelos e a impossibilidade de regras claras que transformam em riscos calculados todos os problemas oriundos da patologia dos jogadores e os riscos inerentes à lavagem de dinheiro em ambientes de jogos.