A nota ‘Equipe de Bolsonaro discute legalização de cassinos no Brasil’ veiculada pelo Blog da Denise no Correio Braziliense merece uma reflexão de quem estuda e acompanha o mercado de jogos e loterias há mais de 20 anos.
A equipe do Bolsonaro está incorporando o discurso do lobby do bilionários dos cassinos Sheldon Adelson, que deseja impor que é mais importante para o país a legalização somente dos cassinos. É forte e ativo o lobby, liderado pelo Grupo Las Vegas Sands, junto ao Congresso Nacional e governo pela legalização exclusiva de cassinos-resorts integrados.
Mas todos sabemos que este modelo beneficiaria apenas um pequeno grupo de operadores norte-americanos de hotéis-cassinos (IRs), que não geraria os investimentos, arrecadação e empregos estimados para este setor.
Os empresários dos hotéis do Rio de Janeiro, que já enfrentam uma forte crise de ocupação, também estão iludidos com a possibilidade de potencializarem seus negócios com a legalização e instalação de cassinos-resorts integrados com 2 mil quartos. Lembrando que o valor das hospedagens nos IRs sempre é inferior aos praticados pelo mercado devido aos subsídios gerados pela arrecadação dos jogos.
A legalização de dez cassinos em IRs poderia gerar cerca de R$ 2 bilhões com as outorgas, enquanto as outras modalidades gerariam mais de R$ 8 bilhões. Em termos de tributos, estima-se que os IRs poderiam gerar R$ 2 bilhões por ano, mas as outras modalidades poderiam incrementas em R$ 18 bilhões anualmente os cofres do governo. A legalização destes poucos cassinos geraria no máximo 20 mil empregos, enquanto a criação de um marco regulatório para o setor, com a legalização de todas as modalidades, poderia gerar mais de 150 mil empregos, além da formalização de 450 mil somente com o jogo do bicho.
A aprovação da ‘Lei Sheldon Adelson’ seria péssima para o Brasil e também para as grandes corporações que desejam investir no setor de jogos no Brasil, pois a liberação apenas dos IRs, manteria todas as outras modalidades concorrendo e operando no mercado não regulado e sem controle.
Reiteramos que o melhor para o Brasil é a aprovação do Marco Regulatório dos Jogos com a legalização de todas as modalidades de jogos não regulados. Vários mercados que experimentaram longos períodos de clandestinidade optaram com sucesso para esta solução. Esta é a proposta defendida pelo Instituto Brasileiro Jogo Legal – IJL.