GANHAM O ESTADO E A SOCIEDADE

Projeto de jogos e apostas tem três pedidos de relatoria e pode ser pautado no Senado

Depois de ser aprovado pela Câmara dos Deputados, o PL 442/1991 ainda não chegou oficialmente ao Senado. Mas nos bastidores as articulações em torno da matéria não param. Até agora, três parlamentares solicitaram a relatoria do texto ao presidente do Senado. São eles: Davi Alcolumbre, Irajá Abreu e Angelo Coronel.

A avaliação de entusiastas do projeto é de que a tramitação na casa revisora pode ser mais fácil do que na Câmara. Isso porque, antes mesmo que a matéria comece a tramitar, entendedores do texto assumiram a dianteira para sanar dúvidas e convencer os senadores sobre o mérito aprovado pelos deputados. Além disso, a avaliação é de que a resistência principal – bancada evangélica – tem menor potencial ofensivo no Senado. Calcula-se em 11 o total desses senadores. Proporcionalmente inferior ao grupo na Câmara, acredita-se, portanto, que seja menos ruidoso avançar com o projeto.

Por outro lado, representantes da Frente Parlamentar Evangélica se movimentam para unir forças e enterrar o PL, em tramitação há mais de 30 anos. O Presidente da Frente, deputado Sostenes Cavalcante, procurou o presidente do Senado. Apesar da derrota na Câmara, Cavalcante acredita que por ser um colegiado menor é mais fácil organizar o grupo para enfrentar o assunto. “Pacheco é indiferente à matéria, mas disse que vai respeitar a decisão do colégio de líderes”, afirmou. Sostenes está confiante de que pela complexidade do assunto, a proposta seja rejeitada.

De acordo com o texto aprovado pelos deputados, os cassinos poderão ser instalados em resorts como parte de complexo integrado de lazer que deverá conter. Para a determinação dos locais onde os cassinos poderão ser abertos, o Poder Executivo deverá considerar a existência de patrimônio turístico e o potencial econômico e social da região.

Poderá haver três cassinos quando a população do estado for maior que 25 milhões. Para os estados com mais de 15 milhões e até 25 milhões, poderá haver dois cassinos. Nos demais estados e no DF, com população de até 15 milhões de habitantes, poderá existir apenas um cassino.

Em localidades classificadas como pólos ou destinos turísticos, será permitida a instalação de um cassino, independentemente da densidade populacional do estado em que se localizem. O espaço físico do cassino deverá ser, no máximo, igual a 20% da área construída do complexo, podendo ser explorados jogos eletrônicos e de roleta, de cartas e outras modalidades autorizadas.

 

Novidade no texto

Dentre as alterações feita pelo relator da matéria na Câmara, Felipe Carreras (PSB-PE), está o funcionamento de cassinos em embarcações fluviais. Essas embarcações não poderão ficar ancoradas em uma mesma localidade por mais de 30 dias consecutivos, e a concessão poderá ser para até dez estabelecimentos.

No caso do bingo, o texto permite a exploração em caráter permanente apenas em casas de bingo, permitindo-se a municípios e ao Distrito Federal explorarem esses jogos em estádios com capacidade acima de 15 mil torcedores.

Para a legalização do jogo do bicho, o texto exige que todos os registros da licenciada, seja de apostas ou de extração, sejam informatizados e com possibilidade de acesso em tempo real (on-line) pela União, por meio do Sistema de Auditoria e Controle (SAC). O credenciamento será por prazo de 25 anos, renovável por igual período se observados os requisitos.

O resgate de prêmios até o limite de isenção do Imposto de Renda não precisará de identificação do apostador. (O Brasilianista – Rachel Vargas – Editora-chefe na Arko Advice)