Sempre comentamos que o Brasil do
futebol, praia e carnaval não é um país liberal, mas uma nação informal e um
país conservador. As eleições deste ano comprovaram essa tese. As urnas
elegeram um Congresso ainda mais conservador, com muitos evangélicos e
candidatos Bolsonarista, principalmente no Senado.
O
presidente Jair Bolsonaro saiu vitorioso das eleições do Senado neste domingo e
com a perspectiva de corrigir uma de suas maiores fragilidades no Congresso nos
últimos anos -
a ausência
de uma base aliada de senadores. De 27 vagas no Senado, foram 14 eleitos com o
endosso de Bolsonaro, turbinando especialmente a bancada do PL, seu partido. O
ex-presidente Lula (PT), por sua vez, conseguiu eleger oito aliados, pouco mais
de metade de seu adversário.
Entre
os candidatos eleitos apoiados pelo presidente, quatro são ex-ministros do
governo –
Rogério
Marinho (RN), Marcos Pontes (SP), Tereza Cristina (MT) e Damares Alves (DF),
um, ex-secretário,
Jorge Seif (PL-SC) e outro, o vice-presidente, Hamilton Mourão (RS). Além dos ex-integrantes do governo, os
aliados Cleitinho (PSC-MG), Romário (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES), Wilder Morais
(PL-GO), Wellington Fagundes (PL-MT), Jaime Bagattoli (PL-RO), Dr. Hiran
(PP-RR) e Professora Dorinha (UB-TO) terão um mandato de oito anos no Senado.
Por
outro lado, apenas oito dos eleitos receberam o endosso do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), seis deles da região Nordeste: Camilo Santana
(PT-CE), Renan Filho (MDB-AL), Otto Alencar (PSD-BA), Flávio Dino (PSB-MA),
Teresa Leitão (PT-PE), Wellington Dias (PT-PI), Beto Faro (PT-PA) e Omar Aziz
(PSD-AM).
O
fato negativo para os defensores da legalização dos jogos foram as eleições de
dois opositores declarados da liberação: Damares Alves (DF) e Magno Malta (ES).
Apesar da eleição destes dois ferrenhos opositores, existem pelo menos seis
senadores favoráveis entre os 14 eleitos no grupo com endosso do presidente
Bolsonaro. Além desses, outros oito parlamentares eleitos são pró-jogo, que nos
leva a crer que entre os 27 senadores eleitos, 14 são simpáticos a legalização
dos jogos. O problema é que Damares e Malta juntos fazem muito barulho.
Composição
do Senado
O
Senado tem ao todo 81 parlamentares – a cada quatro anos são eleitos, alternadamente, um terço (27) e dois terços (54) deles. Em 2022, apenas um
senador por unidade federativa foi escolhido. Com isso, 27 senadores serão
eleitos neste domingo. Confira os primeiros resultados:
Veja
quem são os senadores eleitos:
Acre
– Alan
Rick (União)
Alagoas
–
Renan Filho (MDB)
Amapá
–
David Alcolumbre (União)
Amazonas
–
Omar Aziz (PSD)
Bahia
–
Otto Alencar (PSD)
Ceará
–
Camilo Santana (PT)
Distrito
Federal –
Damares Alves (Republicanos)
Espírito
Santo –
Magno Malta (PL)
Goiás
–
Wilder Morais (PL)
Maranhão
–
Flavio Dino (PSB)
Mato
Grosso –
Wellington Fagundes (PL)
Mato
Grosso do Sul –
Tereza Cristina (PP)
Minas
Gerais –
Cleitinho Azevedo (PSC)
Pará
–
Beto Faro (PT)
Paraíba
–
Efraim Filho (União
Brasil)
Paraná
–
Sergio Moro (União)
Pernambuco
–
Teresa Leitão
(PT)
Piauí
- Wellington Dias
Rio
de Janeiro –
Romário
(PL)
Rio
Grande do Norte –
Rogério
Marinho (PL)
Rio
Grande do Sul –
Hamilton Mourão
(Republicanos)
Rondônia
–
Jaime Bagattoli (PL)
Roraima
–
Dr. Hiran (PP)
Santa
Catarina –
Jorge Seif (PL)
São
Paulo –
Marcos Pontes (PL)
Sergipe
–
Laercio Oliveira (PP)
Tocantins
–
Professora Dorinha (União
Brasil)
Na
foto: O presidente Jair Bolsonaro em vídeo de campanha com o novo senador
mineiro Cleitinho (PSC-MG) (com a camisa do América MG, que tem o patrocínio da
PixBet e Keno Minas) e o deputado Nikolas Ferreira, o mais votado do Brasil
Fonte:
BNLData