GANHAM O ESTADO E A SOCIEDADE

Presidente da OAB defende legalização do bingo e classifica proibição de hipocrisia

Para Cezar Britto o que não pode é o País continuar no "faz de conta"

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, defendeu nesta quinta-feira(18) a legalização do bingo no País, desde que a atividade seja controlada pelo Estado. O jogo de bingo foi proibido no Brasil, mas o projeto no sentido de legalizá-lo foi aprovado nesta quarta-feira(17) pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. Para Britto, existe hoje "uma hipocrisia" ao se afirmar que os jogos de azar não funcionam no País, quando governos estaduais e o governo federal, por meio da Caixa Econômica Federal, exploram diversas modalidades.

"Primeiro, é preciso esclarecer que o jogo de azar já é permitido no País, pelos governos estaduais e governo federal", destacou o presidente nacional da OAB, durante entrevista. Na sua opinião, "o correto seria que esses jogos de azar ficassem sob controle do Estado, uma vez que,  fora da legalidade, favorece o crime que tramita em torno do jogo e à lavagem de  dinheiro, instrumento que alguns lançam mão para esquentar o dinheiro sujo".

Britto defende veementemente, contudo, que os jogos de azar no Brasil estejam sob controle do Estado. Para ele, "se se entender que é preciso legalizar sob o controle do Estado, com a ação firme do Estado para evitar a exploração ilegal, é uma idéia muito boa". Mais que isso, segundo ele, "se houver um avanço no sentido de se transformar o jogo numa atividade estatal, como pregava o governador Leonel Brizola, melhor ainda".

Para o presidente nacional da OAB, o que não pode é o País continuar no "faz de conta" de que não permite a exploração do jogo de azar, tapando o sol com a peneira. "O que temos é que acabar com essa hipocrisia de que o jogo de azar no Brasil não existe, quando nos deparamos com a Sena, Mega-Sena, Loteria Esportiva; então, ou o jogo de azar é proibido e acaba-se de vez com ele, ou é permitido e passa a ter um controle mais forte pelo Estado". (Notícias da OAB – Foto: Eugenio Novaes)